Hospital fecha obstetrícia
Os serviços de obstetrícia do Hospital Azambuja estão oficialmente paralisados desde domingo (13), por falta de médicos. "A secretaria municipal de Saúde de Brusque deve comprar esse serviço em outro hospital, até que sejam encontrados médicos substitutos", disse o diretor técnico Antonio Pucci. O médico garante que, no momento, não há a menor possibilidade de atendimento a parturientes.
Os dois obstetras contratados para atender ao setor se demitiram. Pucci diz que os profissionais, que não são de Brusque, receberam proposta melhor em outras cidades e se desligaram do hospital há mais de 30 dias. Outros dois que estavam auxiliando nesse período precisaram se afastar por viagem e compromissos profissionais.
A dificuldade em contratar profissionais com habilitação em obstetrícia e pediatria vai além da questão salarial, diz Antonio Pucci. "São poucos profissionais no mercado e a cada dia se formam menos obstetras e pediatras. O profissional da área que vem para Brusque precisa, para se manter, além do trabalho no hospital, atuar com um consultório ou clínica particular. Isso não é possível no momento, porque o mercado local está saturado", explica ele.
Não há nenhuma previsão sobre a retomada das atividades em obstetrícia no Hospital de Azambuja. Na tarde desta segunda-feira (14), um representante da secretaria municipal de Saúde era esperado para falar com a imprensa, o que não aconteceu. A prefeitura terá de comprar os serviços noutro lugar, enquanto o hospital procura pelos médicos.
No hospital Evangélico, os partos são restritos a internações particulares ou de pacientes conveniadas com planos de Saúde. Há uma breve cota de filantropia, mas que nem sempre está disponível. No hospital Dom Joaquim, o atendimento pelo SUS está normal, mas só que de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana as portas permanecem fechadas.
Com um mercado médico "saturado" de profissionais e extremamente concorrido, onde grupos se isolam e dificultam o estabelecimento de novos profissionais, resta aos pacientes com as mais diferentes enfermidades conviver com a incerteza se amanhã haverá atendimento público nos hospitais da cidade. Ou não!


